Jackson Cionek
15 Views

Mente Damasiana, Zona 2 e a Arquitetura da Atenção Sustentada

Mente Damasiana, Zona 2 e a Arquitetura da Atenção Sustentada

Consciência em Primeira Pessoa — Estilo Brain Bee

Sempre ouvi que atenção é “força de vontade” ou “disciplina mental”.
Mas quando comecei a observar meu próprio corpo com mais cuidado, percebi algo completamente diferente:

Atenção não é força.
É arquitetura.
É corpo organizado para perceber.

E foi exatamente isso que os estudos sobre atenção sustentada, respiração, oxigenação pré-frontal e estados corporais confirmaram:

a atenção nasce no corpo antes de chegar na mente.


1. Meu corpo cria o espaço para a atenção — não o contrário

O estudo que analiso esta semana descreve que, quando tento focar:

  • meu tronco muda,

  • minha respiração desce,

  • meu CO₂ sobe levemente,

  • meu diafragma se solta,

  • minha postura estabiliza,

  • meu tônus flexor diminui,

  • minha atenção abre.

É como se o corpo dissesse:
“Pode pensar agora. Já organizei o ambiente interno.”

Essa é a base da Mente Damasiana:
a atenção é consequência da estabilidade entre interocepção e propriocepção.


2. Zona 2 não é foco rígido — é foco respirado

Sempre achei que Zona 2 era concentração absoluta.
Mas hoje percebo que Zona 2 é o oposto:

Zona 2 é respiro, não tensão.
É amplitude, não rigidez.
É presença, não esforço.

Quando entro nela:

  • minha visão suaviza,

  • minha respiração se aprofunda,

  • o silêncio interno aparece,

  • minha pré-frontal fica mais oxigenada,

  • a tomada de decisão fica leve,

  • a criatividade acontece.

Zona 2 é o estado onde o corpo não luta consigo mesmo.
É por isso que o pensamento flui.


3. A atenção sustentada é um movimento preditivo (Apus Atencional)

A pesquisa mostra que a atenção sustentada depende de previsão corporal:

  • prever o momento do próximo impulso,

  • prever o esforço do próximo segundo,

  • prever o peso da próxima decisão,

  • prever a próxima sensação interna.

Esse mecanismo é o que chamamos de Apus Atencional.

A atenção não é um “mirar a mente”.
É o corpo antecipar o que vem
e liberar energia para o cérebro agir com mínimo atrito.


4. Zona 1 → Zona 2 → Zona 3: a dança entre energia e percepção

O estudo descreve três modos corporais que se encaixam perfeitamente no nosso modelo:

 * Zona 1 — Ação Natural

  • baixa demanda cognitiva

  • automatismos corporais eficientes

  • percepção suficiente para o momento

* Zona 2 — Fruição e Atenção Sustentada

  • equilíbrio entre CO₂ e O₂

  • pré-frontal aberta

  • estabilidade muscular

  • sensação de presença

  • reorganização criativa

* Zona 3 — Corpo Sequestrado

  • respiração curta

  • tensão difusa

  • foco estreito

  • repetição automática

  • percepção pobre

Quando a energia sobe demais ou desorganiza,
a atenção cai para Zona 3.
Quando estabiliza, volta para Zona 2.

Ou seja:

atenção é homeostase viva.


5. Eus Tensionais são os arquitetos da atenção

O estudo revela que minha atenção muda toda vez que meu corpo muda.
Cada pequena alteração postural cria um novo:

Eu Tensional Atencional.

Quando estou:

  • retraído,

  • curvado,

  • ansioso,

  • hiperalerta…

a atenção é estreita, defensiva, imediatista.

Mas quando estou:

  • ereto,

  • respirando de forma profunda,

  • com tônus equilibrado,

  • com base estável…

a atenção se expande,
o tempo desacelera,
e a Zona 2 surge naturalmente.

Meu corpo decide que tipo de mente eu posso ter.


6. Zona 2 é a liberdade cognitiva da Mente Damasiana

Quando entro em Zona 2:

  • posso ver mais,

  • sentir mais,

  • pensar mais profundamente,

  • criar mais livremente.

Isso é consciência ampliada,
não porque “forço a mente”,
mas porque o corpo cria espaço para a mente existir.

Esse espaço é a verdadeira liberdade cognitiva,
onde a Mente Damasiana opera sem interferências de defesa ou ruído interno.


7. Conclusão em primeira pessoa — Atenção é corpo em coerência

Hoje entendo que:

- atenção não é mental, é corporal
- Zona 2 é fisiologia, não filosofia
- interocepção e propriocepção são o palco da consciência
- Apus decide o que posso perceber
- a mente é consequência de estados corporais

A pergunta nunca deve ser:
“Como foco melhor?”
E sim:

“Como deixo meu corpo criar foco para mim?”

Atenção sustentada é isso:
um corpo que abre espaço para uma mente que pode respirar.


Referência Científica — Síntese Acadêmica (2020–2024)

Este blog dialoga com pesquisas recentes (2020–2024) em atenção sustentada, cognição corporal, dinâmica respiratória, regulação do CO₂, acoplamento neurovascular pré-frontal, interocepção e propriocepção, publicadas em revistas internacionais de neurociência cognitiva, psicofisiologia e ciência da consciência.

Essas pesquisas mostram que:

  • a atenção sustentada depende de estados respiratórios estáveis e da interação entre CO₂, fluxo sanguíneo pré-frontal e regulação autonômica;

  • a entrada em estados de foco profundo corresponde a padrões semelhantes à Zona 2;

  • sobrecarga emocional, ameaça ou ruído fisiológico deslocam o corpo para padrões defensivos equivalentes à Zona 3;

  • a postura, o tônus corporal e o ritmo respiratório geram eus tensionais atencionais que modulam a qualidade do foco;

  • a atenção é um processo predominantemente corporal, alinhando-se de forma direta com o modelo da Mente Damasiana e com a noção de Apus Atencional (previsão sensório-motora).


 

fNIRS + Machine Learning: Nuevos Caminos para Diagnósticos Vivos

fNIRS + Machine Learning: New Pathways for Living Diagnostics

fNIRS + Machine Learning: Novos Caminhos para Diagnósticos Vivos

fNIRS-BCI en Clínica: Cuando el Cerebro Aprende a Hablar con la Máquina

fNIRS-BCI in Clinical Settings: When the Brain Learns to Speak to the Machine

fNIRS-BCI em Clínica: Quando o Cérebro Aprende a Falar com a Máquina

La Versatilidad del (f)NIRS: Del Laboratorio al Mundo Vivo

The Versatility of (f)NIRS: From the Laboratory to the Living World

Versatilidade do (f)NIRS: Do Laboratório ao Mundo Real

La Mente Damasiana, la Zona 2 y la Arquitectura de la Atención Sostenida

The Damasian Mind, Zone 2, and the Architecture of Sustained Attention

Mente Damasiana, Zona 2 e a Arquitetura da Atenção Sustentada

Estados Corporificados de la Conciencia Musical

Embodied States of Musical Consciousness

Estados Corporificados de Consciência Musical

Embodiment y Realidad Virtual: Cuando el Cuerpo Entra en lo Digital

Embodiment and Virtual Reality: When the Body Enters the Digital World

Embodiment e Realidade Virtual: O Corpo que Entra no Digital

Empatía y Sincronía Cerebral: Cuando Dos Cuerpos Crean Un Solo Ritmo

Empathy and Brain Synchrony: When Two Bodies Create One Rhythm

Empatia e Sincronia de Cérebros: Quando Dois Corpos Criam Um Ritmo

Neurocorrelatos de la Cognición en Tiempo Real

Neurocorrelates of Real-Time Cognition

Neurocorrelatos da Cognição em Tempo Real

Cuando el Tacto Aprende Quién Soy: Háptica Neuroadaptativa y el Cuerpo que Entrena a la Tecnología

When Touch Learns Who I Am: Neuroadaptive Haptics and the Body That Trains Technology

Quando o Toque Aprende Quem Eu Sou: Háptica Neuroadaptativa e o Corpo que Treina a Tecnologia

Flexibilidad Cognitiva: Cuando el Cerebro Regresa para Reescribir su Propio Guion

Cognitive Flexibility: When the Brain Returns to Rewrite Its Own Script

Flexibilidade Cognitiva: Quando o Cérebro Retorna para Corrigir o Próprio Roteiro

Cuando la Percepción se Reescribe Desde Adentro: Recurrencia, Geometrías Visuales y el Hiperespacio de la Conciencia

When Perception Rewrites Itself From Within: Recurrence, Visual Geometry, and the Hyperspace of Consciousness

Quando a Percepção se Corrige por Dentro: Recorrência, Geometrias Visuais e o Hiperespaço da Consciência

Cuando el Cuerpo Enseña a la Mente: Exergames, Carga Cognitiva y los Yo Tensionales en el Envejecimiento

When the Body Teaches the Mind: Exergames, Cognitive Load, and Tensional Selves in Aging

Quando o Corpo Aprende pelo Movimento: Exergames, Carga Cognitiva e os Eus Tensionais no Envelhecimento

Cuando la IA Aprende a Leernos: Chatbots Neuroadaptativos y los “Yo Tensionales” Digitales

When AI Learns to Read Us: Neuroadaptive Chatbots and Digital Tensional Selves

Quando a IA Aprende a nos Ler: Neuroadaptive Chatbots e os Eus Tensionais Digitais


Decolonial Neuroscience sfn NIRS fNIRS EEG ERP BCI
Decolonial Neuroscience sfn NIRS fNIRS EEG ERP BCI

#Decolonial
#Neuroscience
#fNIRS #NIRS 
#NIRSEEG #SfN
#EEG #ERP 
#NeuroAI
#BrainResearch
#MachineLearning
#BCIresearch
#HybridBCI
#DamasianMind
#Interoception
#SustainedAttention
#AttentionalStates
#TensionalSelf
#Embodiment
#EmbodiedCognition
#Hyperscanning
#NeuroHaptics
#AffectiveComputing
#Neuroplasticity
#DREXcidadão





#eegmicrostates #neurogliainteractions #eegmicrostates #eegnirsapplications #physiologyandbehavior #neurophilosophy #translationalneuroscience #bienestarwellnessbemestar #neuropolitics #sentienceconsciousness #metacognitionmindsetpremeditation #culturalneuroscience #agingmaturityinnocence #affectivecomputing #languageprocessing #humanking #fruición #wellbeing #neurophilosophy #neurorights #neuropolitics #neuroeconomics #neuromarketing #translationalneuroscience #religare #physiologyandbehavior #skill-implicit-learning #semiotics #encodingofwords #metacognitionmindsetpremeditation #affectivecomputing #meaning #semioticsofaction #mineraçãodedados #soberanianational #mercenáriosdamonetização
Author image

Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States