Sistema Presidiário Brasileiro – Sem Pertencimento. Sem Justiça. Sem correção
Sistema Presidiário Brasileiro – Sem Pertencimento. Sem Justiça. Sem correção
Você já imaginou o que acontece com um cérebro humano que é colocado sob tensão contínua, isolado de relações significativas e impedido de se perceber como parte de um todo? Agora imagine isso acontecendo por meses, anos ou décadas. O sistema prisional brasileiro não é apenas um espaço de privação de liberdade — é uma máquina de produção de Zona 3, onde o corpo é silenciado, a mente é submetida à fragmentação, e o senso de pertencimento é sistematicamente extirpado.
1. Prisão como Indução Sistemática à Zona 3
Nosso corpo e nossa mente funcionam como um sistema interligado de Quorum Sensing Humano — detectamos presença, afeto, expectativas e códigos relacionais o tempo todo. Quando uma pessoa é encarcerada e colocada em isolamento, sob tensão emocional, sob constante ameaça ou abandono institucional, ela é submetida à Zona 3: um estado em que há silenciamento interoceptivo e proprioceptivo e ativação contínua de narrativas ideológicas violentas, impostas pela própria lógica prisional.
Esse silenciamento se reflete:
Na perda da plasticidade neural (com queda de BDNF, por exemplo),
No reforço de sistemas reativos (como o eixo HPA hiperativado),
E na epigenética do desespero — onde memórias traumáticas moldam o corpo e a mente como escudos de sobrevivência, não como sujeitos de transformação.
2. Sem Pertencimento, o Eu Tensional é Reativo
Ao ser privado de trocas significativas, o preso não mais estrutura eus tensionais funcionais — aqueles que nos permitem tomar decisões ancoradas em vínculos e responsabilidades compartilhadas. Em vez disso, o corpo cria "eus de defesa", sustentados por emoções de curto prazo (raiva, medo, vergonha), altamente instáveis, promovendo reações impulsivas.
Nesse estado, o que se chama de "ressocialização" é apenas uma ilusão. A mente que está em guerra constante com o ambiente não pode florescer. O cérebro precisa de território afetivo para reorganizar-se — e o sistema atual só oferece territórios de violência simbólica e real.
3. Sem Justiça — Porque Não Há Processo Regenerativo
Justiça não pode ser confundida com punição. Na perspectiva da Mente Damasiana e da Neurociência Decolonial, justiça só ocorre quando o corpo e a mente da pessoa conseguem referenciar-se num processo de reorganização metabólica, social e simbólica.
Ou seja, a Justiça só se realiza quando há:
Um espaço de escuta e significação das falhas cometidas,
Um convite ao pertencimento (à comunidade, ao trabalho, à reparação),
Uma estrutura de suporte onde o indivíduo possa, aos poucos, fruir, reorganizar memórias e reconstruir redes sinápticas relacionais.
4. O que propor? Uma Reengenharia Sistêmica com Base na Neuroética do Pertencimento
a) Unidades de Transição com Referência Comunitária:
Ambientes intermediários onde presos em regime semiaberto possam reconstruir seus eus tensionais por meio do trabalho em grupo, da fruição artística, de atividades comunitárias e de protocolos de neuroeducação.
b) Protocolos de NeuroRegeneração:
Implantação de sistemas de biofeedback (HRV, EEG, NIRS) e métricas interoceptivas para ajudar cada preso a desenvolver autoconsciência e autorregulação — base para qualquer reintegração possível.
c) DREX Cidadão Prisional:
Uso de moeda digital de circulação restrita para premiar progressos de ressocialização e contribuir com a economia local e familiar dos reclusos. Isso reconecta o preso à sociedade como parte útil e ativa.
d) Justiça Restaurativa com Base Metabólica:
Sessões de escuta não apenas entre vítima e autor, mas entre os “eus tensionais” do preso. Envolver ciência, espiritualidade e cultura local na recuperação do corpo emocional do indivíduo.
Conclusão: Sem Pertencimento, Não Existe Justiça — Apenas Controle
Um sistema que isola e tensiona corpos não reabilita: ele reproduz o trauma. Ao ignorar a base fisiológica e relacional do pertencimento, o sistema prisional brasileiro reforça a injustiça que diz combater. A correção só será possível quando aceitarmos que a consciência — o verdadeiro “eu” regenerativo — só pode emergir em ambientes onde o corpo se sinta seguro, ouvido e novamente parte do todo.
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