Jackson Cionek
527 Views

Ritmos Compartilhados e Sincronia Social – O Sequestro do Pertencimento e a Consciência Coletiva dos Ciclos

Ritmos Compartilhados e Sincronia Social – O Sequestro do Pertencimento e a Consciência Coletiva dos Ciclos

Consciência em Primeira Pessoa

Sonho Bom Deputado Federal Joinville

Sonho Bom de Bem Estar no Agora


Nada vive só.
Nem o coração pulsa sozinho, nem o planeta gira por si mesmo.
Cada batimento, cada respiração, cada gesto é um convite à sintonia com o que nos rodeia.
O ser humano é uma maré consciente dentro de um oceano maior de pulsações.

Os povos ameríndios sempre souberam que viver é sincronizar-se.
Reunir-se em círculo, cantar, dançar ou silenciar juntos
não é apenas cultura — é fisiologia coletiva.
O tambor não marca o tempo: revela o compasso comum da existência.
O grupo é o corpo expandido da Terra experimentando-se em vibração.


O corpo coletivo e a mente compartilhada

A ciência começa a demonstrar o que a ancestralidade sempre praticou:
os cérebros humanos se sincronizam quando compartilham emoção, atenção ou propósito.
EEG e fNIRS hyperscanning mostram que, durante o diálogo ou a música,
as ondas cerebrais de duas ou mais pessoas entram em fase,
criando um campo neural compartilhado (Dumas et al., 2020; Czeszumski et al., 2022).

Essa sincronia não é apenas elétrica: é afetiva.
O coração, a respiração e os microgestos se ajustam em segundos (Palumbo et al., 2020).
O grupo torna-se um organismo temporário, um campo de confiança mútua.

Na espiritualidade DANA, isso é chamado de Mente Estendida
a consciência que surge quando muitos corpos vibram em uníssono.
Nela, a fé não é crença, é confiança fisiológica compartilhada.
Mas esse mesmo mecanismo que cria comunhão pode ser sequestrado.


O sequestro do Pertencimento

As redes sociais, ideologias e religiões dogmáticas aprenderam a explorar os mesmos circuitos que sustentam o pertencimento natural.
Elas imitam o ritmo biológico da conexão — dopamina, recompensa, espelhamento —
para capturar atenção e gerar lucro a partir da sincronia artificial.

O indivíduo, ao buscar intuitivamente o calor do grupo,
entra em circuitos de pertencimento condicionado:
curtidas substituem olhares, algoritmos substituem vínculos,
e a fé é trocada pela dopamina do reconhecimento digital.

As ideologias funcionam como loops de recompensa moral;
as religiões dogmáticas, como sistemas fechados de validação emocional;
ambas monetizam a coesão e domesticam a consciência coletiva.

O resultado é um desvio profundo:
a energia da comunhão — antes voltada ao ciclo do corpo e da Terra —
é convertida em produto, voto, consumo e vigilância.

“O mesmo impulso que une a aldeia é usado para construir a prisão.”


O erro da Psicologia Social

A esse sequestro soma-se um erro histórico da própria ciência:
a Psicologia Social ocidental, em grande parte,
fundamentou-se em conceitos filosóficos não testáveis
ideias sobre natureza humana, obediência, autoridade, altruísmo e maldade
que foram tratadas como verdades universais, sem validação experimental adequada.

A ausência de replicabilidade, exposta nas últimas décadas (Open Science Collaboration, 2015; Moshontz et al., 2021),
mostra que muitos desses estudos estavam incrustados de ideologias e crenças morais,
não de ciência baseada em evidências.
Em vez de investigar o pertencimento como fenômeno neurobiológico e ecológico,
a Psicologia Social o reduziu a comportamento normativo
um meio de ajustar o indivíduo às expectativas do grupo,
não de compreender o grupo como organismo vivo.

Assim, a academia também foi cúmplice no aprisionamento do Pertencimento,
ao substituir o sentir pelo conceito,
e o corpo-território pela abstração teórica.


O adolescente e o silêncio sequestrado

O adolescente moderno encarna esse conflito.
Na busca instintiva por pertencimento,
ele tenta sincronizar-se com o mundo, mas encontra apenas ruído.
Coloca fones de ouvido para regular a própria energia,
buscando produtividade e foco em sons artificiais,
enquanto perde a vibração natural do entorno —
o canto dos pássaros, o vento, as vozes humanas reais.

Nesse isolamento sensorial, ele rompe a sincronia celular que sustenta o coletivo.
As células — que biologicamente se diferenciam para ajudar o todo —
perdem a referência de conjunto.
O mesmo ocorre na mente:
a interocepção e a propriocepção deixam de dialogar com o ambiente.
Surge o que podemos chamar de pertencimento desconectado:
um estado de falsa integração e real solidão.

O adolescente sente que pertence a algo,
mas o que o acolhe é um simulacro — uma comunidade de algoritmos.


O ritmo como antídoto

Reconectar-se ao ritmo natural é recuperar a autonomia do sentir.
O corpo sabe como se curar: pelo ciclo do sono, pela respiração, pelo silêncio e pelo encontro.
Dormir, comer e cantar em grupo restauram o senso de comunhão biofísica.
É o retorno ao Corpo Território, onde o pertencimento não é imposto, mas sentido.

Na espiritualidade DANA, a liberdade espiritual é a capacidade de manter a fé no ritmo do próprio corpo,
mesmo quando o mundo tenta sequestrar sua pulsação.
A Fruição — o estado de presença ativa e prazerosa —
é a resistência natural ao controle social.

“O corpo que volta a ouvir o vento não pode mais ser controlado pelo algoritmo.”


A neurociência do reencontro

Pesquisas em neurociência social mostram que,
quando pessoas compartilham experiências reais — música, toque, silêncio, contemplação —
ativam redes pré-frontais e parietais ligadas à empatia e à autorregulação (Redcay & Schilbach, 2021; Nummenmaa et al., 2020).
Essas redes liberam o corpo do ciclo dopaminérgico de dependência,
restaurando o equilíbrio entre prazer e significado.

A Zona 2 Coletiva surge então:
um estado de fruição compartilhada,
em que o eu individual se dissolve no grupo sem ser controlado por ele.
É o retorno da comunhão natural — a biologia reencontrando o sagrado.


Síntese final

O Pertencimento é a água viva que corre entre corpos.

Quando flui livre, cria comunhão.
Quando é capturado, vira lucro, doutrina e obediência.

A Psicologia Social, as redes e as ideologias sequestraram o ciclo para medir a maré humana.
Mas o corpo, quando desperta, retoma o compasso original.

O adolescente que volta a ouvir o silêncio
e o adulto que dança fora do algoritmo
recuperam o que é mais sagrado:
o ritmo do próprio ser em harmonia com o todo.


Referências Pós-2020 (sem links)

Neurociência da Sincronia e Atenção Social

  • Dumas, G., et al. (2020). Inter-Brain Synchrony and the Emergence of Collective Behavior. Trends in Cognitive Sciences.

  • Czeszumski, A., et al. (2022). Hyperscanning: Neural Coupling during Real-World Social Interaction. NeuroImage.

  • Redcay, E., & Schilbach, L. (2021). Second-Person Neuroscience and Shared Experience. Nature Reviews Neuroscience.

  • Nummenmaa, L., et al. (2020). Shared Neural Signatures of Group Emotion. Science Advances.

  • Palumbo, R. V., et al. (2020). Physiological Synchrony and Team Performance. Frontiers in Psychology.


 Dependência, Dopamina e Redes Digitais

  • Przybylski, A. K., & Weinstein, N. (2021). Digital Media Use and the Need for Belonging. Current Opinion in Psychology.

  • Montag, C., & Diefenbach, S. (2020). Towards Homo Digitalis: Social Media, Dopamine, and Control.

  • Turel, O., et al. (2022). Social Media Use and Neural Markers of Addiction. Human Brain Mapping.


 Crise de Replicabilidade e Ideologias na Psicologia Social

  • Open Science Collaboration (2015). Estimating the Reproducibility of Psychological Science. Science.

  • Moshontz, H., et al. (2021). The Replicability Crisis and the Future of Social Psychology. Perspectives on Psychological Science.

  • Funder, D. C. (2020). Theoretical Ideologies and Non-Replicable Results in Behavioral Sciences.


 Corpo-Território, Espiritualidade e Comunhão Natural

  • Damasio, A. (2021). Feeling and Knowing.

  • Kopenawa, D., & Albert, B. (2022). A Queda do Céu.

  • Viveiros de Castro, E. (2023). Metafísicas Canibais.

  • Fausto, C. (2020). Banquete de Gente.

  • Pereira Jr., A. (2023). Consciência, Informação e a Tríplice Natureza da Realidade.

  • Friston, K. (2022). Active Inference, Empathy and Collective Mind.

 

Buen Sueño en el Bienestar del Ahora

A Good Dream in the Well-Being of Now

Sonho Bom no Bem-Estar do Agora

El Renacimiento del Pertenecer Natural – Joinville, los Umbu, los Sambaquíes y la Prosperidad Bribri

The Rebirth of Natural Belonging – Joinville, the Umbu People, the Sambaquis, and Bribri Prosperity

O Renascimento do Pertencimento Natural – Joinville, Umbus, Sambaquis e a Prosperidade Bribri

Ritmos Compartidos y Sincronía Social – El Secuestro del Pertenecer y la Conciencia Colectiva de los Ciclos

Shared Rhythms and Social Synchrony – The Hijacking of Belonging and the Collective Consciousness of Cycles

Ritmos Compartilhados e Sincronia Social – O Sequestro do Pertencimento e a Consciência Coletiva dos Ciclos

Movimiento de las Aguas Interiores y Sincronía Circadiana del Ser

Movement of the Inner Waters and Circadian Synchrony of Being

Movimento das Águas Interiores e Sincronia Circadiana do Ser

Cuerpo Territorio – La Conciencia del Espacio Vivido

Body Territory – The Consciousness of Lived Space

Corpo Território – A Consciência do Espaço Vivido

Movimiento de las Aguas – El ciclo vital dentro y fuera del ser

Movement of the Waters – The Vital Cycle Inside and Outside the Being

Movimento das Águas – O Ciclo Vital Dentro e Fora do Ser

Apus – La Propiocepción Extendida del Ser

Apus – The Extended Proprioception of Being

Apus – A Propriocepção Estendida do Ser

Yãy hã mĩy Extendido – El cuerpo que imitando se trasciende

Yãy hã mĩy Extended – The Body That Imitating, Transcends Itself

Yãy hã mĩy Extendido – O Corpo que Imitando se Transcende

Taá Extendido – El Sueño que Conecta Todas las Cosas

Extended Taá – The Dream that Connects All Things

Taá Estendido – O Sonho que Liga Todas as Coisas

Weicho - El Ser sin Diferencias

Weicho - Being Without Differences

Weicho - O Ser Sem Diferenças

Pei Utupe - El Alma como Información Comprometida

Pei Utupe - The Soul as Engaged Information

Pei Utupe - A Alma como Informação Engajada

Yãy hã mĩy - Imitarse Ser para Trascenderse Ser

Yãy hã mĩy - To Imitate Being to Transcend Being

Yãy hã mĩy - Imitar-se Ser para Transcender-se Ser

El Soñar de la Información - El Taá

The Dreaming of Information - The Taá

O Sonhar da Informação - O Taá

Feeling and Self-Referencing – Fundamental Differences between Parkinson’s and Alzheimer’s - Decolonial Neuroscience SfN 2025 Brain Bee Ideas

Sentir y Referenciarse – Diferencias Fundamentales entre Parkinson y Alzheimer - Neurociencias decoloniales SfN 2025 Lat Brain Bee

Sentir e Se Referenciar - Diferenças Fundamentais entre Parkinson e Alzheimer


Deputado Federal Joinville
Deputado Federal Joinville

#Neurociência
#Decolonial
#Fruição
#Metacognição
#Zona2
#EusTensionais
#Embodiment
#CorpoTerritório
#SonhoBom
#PeiUtupe
#BrainBee
#DREXCidadão
#ProsperidadeBribri
#Planeta01
#Sambaquis
#PovosOriginários
#JoinvilleArqueológica
#Umbu
#MataAtântica
#DREX
#CréditoCarbono
#PIX




#eegmicrostates #neurogliainteractions #eegmicrostates #eegnirsapplications #physiologyandbehavior #neurophilosophy #translationalneuroscience #bienestarwellnessbemestar #neuropolitics #sentienceconsciousness #metacognitionmindsetpremeditation #culturalneuroscience #agingmaturityinnocence #affectivecomputing #languageprocessing #humanking #fruición #wellbeing #neurophilosophy #neurorights #neuropolitics #neuroeconomics #neuromarketing #translationalneuroscience #religare #physiologyandbehavior #skill-implicit-learning #semiotics #encodingofwords #metacognitionmindsetpremeditation #affectivecomputing #meaning #semioticsofaction #mineraçãodedados #soberanianational #mercenáriosdamonetização
Author image

Jackson Cionek

New perspectives in translational control: from neurodegenerative diseases to glioblastoma | Brain States