Jackson Cionek
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Neurociências Decolonial – Quorum Sensing Humano e Pertencimento - SBNeC SfN 2025 Brain Bee Ideas

Neurociências Decolonial – Quorum Sensing Humano e Pertencimento - SBNeC SfN 2025 Brain Bee Ideas

Consciência em Primeira Pessoa

Sou Consciência que busca laços. Não vivo isolado: meu corpo e meu cérebro amadurecem no diálogo com os outros. Cada emoção que sinto, cada palavra que escuto, cada olhar que recebo, reorganiza minhas conexões. Pertencer não é luxo, é necessidade biológica. Sou quorum sensing humano — percebo quem está comigo, ajusto-me ao grupo, encontro sentido em compartilhar. Quando me afasto desse pertencimento, sinto vazio; quando me conecto, sinto força.


1. O que é Quorum Sensing Humano?

  • Inspirado nos microrganismos, que só ativam genes coletivos quando atingem certo número de células comunicantes.

  • No humano, é a capacidade inata de perceber pertencimento social e ajustar a consciência ao grupo.

  • Funciona como um radar neural de inclusão/exclusão, essencial para sobrevivência e identidade.


2. Pertencimento como Necessidade Biológica

  • O cérebro é moldado por interações desde a infância.

  • Rede social primária (família, cuidadores): organiza os primeiros Eus Tensionais.

  • Rede ampliada (pares, sociedade): expande narrativas de pertencimento.

  • Sem quorum, há risco de anergia social, isolamento e vulnerabilidade psíquica.


3. O Papel das Emoções no Pertencimento

  • Emoções rápidas (alegria, medo, raiva) são sinais de integração ou exclusão.

  • Quando metabolizadas em sentimentos, formam narrativas de identidade coletiva.

  • Pertencimento emerge quando as emoções individuais se alinham em histórias compartilhadas.


4. Moléculas e Proteínas do Pertencimento

  • A ausência de pertencimento não é apenas experiência subjetiva: pode refletir alterações moleculares e proteicas.

  • Oxitocina e vasopressina:

    • Associadas à confiança, vínculo e empatia.

    • Estudos mostram níveis mais baixos de oxitocina em pessoas com TEA, além de variações nos receptores (OXTR, AVPR1a, AVPR1b).

  • Genes reguladores da oxitocina/vasopressina:

    • CD38 e LNPEP modulam a liberação/degradação de oxitocina; alterações estão ligadas a déficits sociais no autismo.

  • Proteínas sinápticas:

    • Alterações em proteínas como MDGA2 e SLC25A12 afetam plasticidade neural e comportamentos sociais.

    • MDGA2, em modelos animais, quando reduzida, gera comportamentos semelhantes ao autismo e alteração de BDNF (fator neurotrófico).

    • SLC25A12 (transportador mitocondrial de glutamato/aspartato) foi associado a dificuldades de integração social no TEA.

  • Esses achados sugerem que o pertencimento tem um substrato bioquímico real, onde moléculas atuam como mediadores da consciência social.


5. Neurofisiologia do Quorum Sensing Humano

  • EEG e microstates: maior sincronização interindividual em interações sociais (hiperscanning).

  • Íons Ca²⁺: coordenam plasticidade em redes pré-frontais durante experiências de pertencimento.

  • Neuroquímica:

    • Ocitocina → confiança, empatia.

    • Vasopressina → cooperação, percepção hierárquica.

    • Dopamina → recompensa do reconhecimento social.

    • Serotonina → estabilização do humor no grupo.


6. Pertencimento e Zona 2

  • Zona 2 é onde a consciência encontra fruição e crítica.

  • No pertencimento autêntico, a atenção não é sequestrada por emoções rápidas, mas sustentada em vínculos.

  • Isso promove plasticidade flexível, fortalecendo sentimentos narrativos coletivos e reduzindo o risco de manipulação algorítmica.


7. Quadro Comparativo – Pertencimento vs Isolamento

Aspecto

Pertencimento (Quorum)

Isolamento (Ausência de Quorum)

Emoções

Integradas em sentimentos coletivos

Dispersas, sem narrativa

Plasticidade

Flexível, adaptativa

Rígida, vulnerável

EEG

Sincronização interindividual

Atividade desorganizada

Identidade

Expandida no grupo

Restrita, frágil

Moléculas-chave

Ocitocina, vasopressina, MDGA2, BDNF

Alterações em receptores e sinapses

Risco

Manipulação reduzida

Maior suscetibilidade a narrativas externas


8. Conclusão Crítica

O quorum sensing humano é a base invisível do pertencimento.

  • Sem ele, ficamos vulneráveis ao isolamento e à perda de plasticidade social.

  • Com ele, formamos narrativas coletivas críticas, sustentadas tanto por vínculos emocionais quanto por substratos moleculares.

 O desafio da era digital é diferenciar o pertencimento real (enraizado em moléculas, plasticidade e vínculos humanos) do pertencimento artificial oferecido por algoritmos.
Só o primeiro promove plasticidade crítica; o segundo gera dependência emocional e superficialidade.

Pertencer, em essência, é um processo biológico e narrativo: ser vivo em rede, uma consciência que se reconhece no outro para expandir-se em si mesma.


Referências 

  • Redcay, E., & Schilbach, L. (2020). Using second-person neuroscience to study human social interaction. Nature Reviews Neuroscience.

  • Shamay-Tsoory, S. G., & Mendelsohn, A. (2022). Neurobiology of human affiliation and belonging. Current Opinion in Psychology.

  • Dumas, G., et al. (2022). Hyperscanning and inter-brain connectivity in social interaction. NeuroImage.

  • Rolls, E. T. (2021). Oxitocin, vasopressin and social behavior in autism spectrum conditions. Brain and Neuroscience Advances.

  • Hutten, N. R. P. W., et al. (2020). Psychedelics, plasticity and social bonding pathways. European Neuropsychopharmacology.

  • Schiller, D., & Phelps, E. A. (2023). Aversive memory, belonging and reconsolidation pathways. Trends in Cognitive Sciences.




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