Créditos de Carbono como Extensão da Interocepção Planetária - Soberania e Defesa Nacional
Créditos de Carbono como Extensão da Interocepção Planetária - Soberania e Defesa Nacional
Quando o planeta sente, o cidadão respira — e a economia se torna corpo vivo
CoConsciência em Primeira Pessoa
Respiro e percebo: o ar que entra em mim já esteve em árvores, oceanos e montanhas.
A vida inteira é uma troca de gases, energia e informação.
O planeta sente — e nós somos suas terminações nervosas.
Mas criamos uma economia que ignora esse corpo comum.
Extraímos, queimamos, desperdiçamos — como se estivéssemos anestesiados da dor do planeta.
O sistema dos Créditos de Carbono, quando tratado apenas como mercado, repete o erro:
compra e vende respiração.
Por isso, propomos algo diferente:
os Créditos de Carbono devem ser o sistema nervoso interoceptivo da Terra —
um conjunto de sinais vitais que ajusta, em tempo real, o fluxo de DREX CIDADÃO e o equilíbrio econômico local.
Se o planeta perde oxigênio, o cidadão perde poder de compra;
se o planeta recupera energia, a sociedade prospera com ele.
Neurociência Aplicada
No cérebro, a ínsula e o córtex pré-frontal medial (vmPFC) monitoram o estado interno do corpo — pressão, calor, energia.
→ Essa função, chamada interocepção, é o fundamento biológico da consciência (Damasio, 2021; Berntson & Khalsa, 2021).O planeta precisa de uma estrutura equivalente: sensores ambientais e econômicos integrados que gerem feedback homeostático para a política pública.
Associar o valor monetário ao equilíbrio climático ativa redes cerebrais de empatia e responsabilidade (vmPFC ↔ ínsula ↔ precuneus), reduzindo o distanciamento psicológico entre ação individual e consequência coletiva.
Quando o cidadão percebe que seu ganho diário do DREX depende do bem-estar ecológico, a dopamina deixa de reforçar o consumo e passa a reforçar a regeneração.
O resultado é uma neuroeconomia simbiótica: o prazer de pertencer coincide com o prazer de preservar.
A interocepção planetária é a forma mais avançada de cidadania: sentir o mundo como extensão do próprio corpo.
Materialidade Científica – Experimentos Propostos
E1 – Feedback Ecológico e Autorregulação Neural
Amostra: 100 participantes divididos em dois grupos (com vs sem feedback de impacto ambiental).
Aquisição: fNIRS (vmPFC e lOFC) + EEG (α/θ) + HRV.
Tarefa: simulação de compras e decisões econômicas com ou sem informação ecológica direta.
Resultado esperado: feedback ecológico → ↑ atividade pré-frontal medial, ↑ HRV, ↓ reatividade amigdalar → maior autorregulação e satisfação sustentável.
E2 – Interocepção Planetária e Sincronia Social
Amostra: 10 comunidades locais em regiões biomáticas diferentes (Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica etc.).
Aquisição: sensores de CO₂ ambiental + dados de SpO₂ populacional + fNIRS hiperscanning durante decisões coletivas.
Tarefa: tomadas de decisão comunitária relacionadas a projetos de restauração.
Resultado esperado: aumento da sincronia cerebral entre participantes à medida que os níveis de CO₂ baixam (local ↔ global homeostase).
Esses experimentos quantificam a materialidade fisiológica do pertencimento ecológico, mostrando que equilíbrio climático e equilíbrio neural são dois aspectos do mesmo sistema auto-organizado.
Referências e Evidências (2020 – 2025)
Berntson GG & Khalsa SS (2021) Neural Circuits of Interoception. Trends Neurosci 44(9): 789–799.
Damasio A (2021) Feeling & Knowing: Making Minds Conscious. Pantheon Books.
Northoff G (2022) The Temporo-Spatial Brain and the Homeostatic Self. Neurosci Biobehav Rev 139: 104755.
Friston K (2023) Free-energy principle in climate and economic systems. Prog Biophys Mol Biol 183: 57–84.
Li X et al. (2024) Neural responses to sustainability feedback and moral valuation. Front Neurosci 18: 104331.
Liu Y et al. (2025) fNIRS hyperscanning of collective ecological decision-making. Cereb Cortex 35(6): 2411–2428.
Pessoa L (2022) The Entangled Brain. MIT Press.
Síntese Final
O carbono é o pulso invisível da Terra — e nós somos seus batimentos conscientes.
Quando o valor econômico é acoplado ao metabolismo planetário,
a humanidade deixa de explorar o mundo e passa a sentir com ele.
Os Créditos de Carbono, integrados ao DREX CIDADÃO, formam o sistema interoceptivo da soberania ecológica:
a Terra sente, o cidadão responde, e o Estado regula pelo bem comum.
Sentir o planeta é o novo ato de governar.