A Felicidade Já Morava Aqui – Joinville, 10.000 Anos de Presença
A Felicidade Já Morava Aqui – Joinville, 10.000 Anos de Presença
Sinto ser o que percebo.
Quando respiro fundo e olho a Serra do Mar a partir da minha janela, percebo que meu corpo ainda carrega memórias que talvez nem sejam minhas — talvez de todos os que vieram antes.
Ao silenciar os ruídos digitais e deixar que meu corpo retome a escuta da floresta, das pedras, do ar e da gravidade, sinto algo despertar em mim: um senso de tempo que não corre, mas pulsa.
E ali, nesse espaço entre a minha própria interocepção e a linha do horizonte, percebo que Joinville já foi território de uma espiritualidade sem dogmas. Um tempo em que não havia culpa, nem juízo final — apenas pertencimento ao agora.
A Felicidade Já Morava Aqui – Joinville, 10.000 Anos de Presença
Os Primeiros Habitantes de Joinville
Muito antes da construção dos sambaquis — antes mesmo dos Guarani, Jê ou colonizadores —, povos da Tradição Umbu já habitavam ou transitavam pela região de Joinville. Vivendo entre 12.000 e 2.000 anos atrás, esses caçadores-coletores deixaram rastros de uma vida plenamente enraizada na natureza: pontas de flecha bifaciais, raspadores e fragmentos de fogueiras sob saliências rochosas. Eles não tinham cidades, templos ou reinos. Tinham floresta, movimento e presença.
Esses povos não viviam "em estado de sobrevivência", como narrativas eurocêntricas sugerem. Viviam em estado de presença. Com decisões coletivas e liberdade sazonal, transitavam entre modos de vida e reorganizações sociais conforme a paisagem, o clima e os afetos permitiam.
Espiritualidade sem Juízo, sem Culpa
Esses povos não deixaram esculturas de deuses, nem hierarquias sagradas. Mas deixaram algo mais profundo: silêncio e traços de reciprocidade com a vida.
Com base nos estudos arqueológicos e nas contribuições de O Despertar de Tudo (Graeber & Wengrow), entendemos que:
Eles não criaram divindades que julgam;
Não projetavam culpa, pecado ou salvação;
Não separavam sagrado e cotidiano;
E não temiam o depois da morte, pois estavam inteiros no agora.
Essa espiritualidade não era "primitiva" — era original: uma consciência corporal e ambiental onde o pertencimento não era ensinado, mas vivido.
Eles não rezavam para o futuro, porque estavam sintonizados com a dança orgânica do presente.
Corrigindo o Mito da Hierarquia Agrícola
Por muito tempo, acreditamos que a evolução humana levava de forma “natural” dos caçadores-coletores à agricultura, da agricultura ao Estado, do Estado à religião institucionalizada.
Mas hoje sabemos — com base em evidências — que não houve linearidade.
A agricultura não foi sinônimo de hierarquia. Povos agrícolas e caçadores alternavam entre períodos de liberdade e autoridade, comunhão e comando, em ciclos sazonais ou cerimoniais.
A religiosidade julgadora e a ideia de punição após a morte não surgiram com o milho ou o plantio, mas com formas específicas de dominação política — geralmente associadas à domesticação dos corpos, do tempo e do pensamento.
Mente Damasiana, Espiritualidade DANA e o Agora
A espiritualidade desses povos se conecta profundamente com o que hoje chamamos de Mente Damasiana: uma mente enraizada na interocepção e na propriocepção, onde o pensar é um eco do sentir.
Seu modo de viver lembra a Espiritualidade DANA — não uma crença, mas uma inteligência ancestral do corpo, onde o DNA não cria dogmas, mas ritmos.
Eles não buscavam o além. Buscavam a caça, a floresta, a água limpa, o riso do grupo, o cuidado com o corpo e o espírito como uma só coisa.
Joinville carrega uma memória de 10.000 anos — não de medo ou julgamento, mas de presença e pertencimento.
Os povos Umbu, sem palavras escritas, nos deixaram uma mensagem clara: a vida é agora.
A verdadeira espiritualidade talvez nunca tenha saído da floresta. Nós é que saímos. #eegmicrostates #neurogliainteractions #eegmicrostates #eegnirsapplications #physiologyandbehavior #neurophilosophy #translationalneuroscience #bienestarwellnessbemestar #neuropolitics #sentienceconsciousness #metacognitionmindsetpremeditation #culturalneuroscience #agingmaturityinnocence #affectivecomputing #languageprocessing #humanking #fruición #wellbeing #neurophilosophy #neurorights #neuropolitics #neuroeconomics #neuromarketing #translationalneuroscience #religare #physiologyandbehavior #skill-implicit-learning #semiotics #encodingofwords #metacognitionmindsetpremeditation #affectivecomputing #meaning #semioticsofaction #mineraçãodedados #soberanianational #mercenáriosdamonetização